sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

carta



De: B.
Para: Sem destinatário




Eu escrevo só porque sei que vais ler, e isto irá aproximar-nos ainda mais, mas quando escrevo é como um fantasma apoderá-se da minha caneta e aquilo que escrevi, já não é aquilo que eu sou, são simples fantasmas do passado. Que se apoderaram de mim, e fazem de tudo para eu dizer-te o quanto eu gosto de ti, mas os fantasmas não são tão poderosos quanto a nossa mente, e luto e luto para eles não se apoderarem de mim e da minha mente, mas eles estão certos, o que posso eu fazer? Talvez esses tais fantasmas são o meu coração, simplesmente quero fugir deles.
As cartas são meras transportações de informação, que por vezes esquecidas pelo tempo deixam de ter efeito, deixam de ser um transferência de informação, para uma anseadade profundidade pela resposta do amando.
 Mas Kafka tinha razão ele pode ser enganado pelas cartas não pelas pessoas, porque cada um tem uma interpretação a dar a toda a correspondência que recebe, e do que diz respeito à imaginação, essa não tem limites.
 Nem sei porque continuo a escrever sem saber se vou receber uma carta com o teu perfume. Só sei que tenho de confiar que a dita carta cheguei ao seu destino, confiando a minha vida no mensageiro, para tu saberes o que eu sinto. 
B.

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